A real história sobre quem estamos.
Tudo aquilo que você rejeita é exatamente o que te faz perfeita para a sua tribo.
A frase acima não é minha.
E quando ela pousa no meu mundo, um único minuto antes de’u começar a feitura desse bálsamo, eu estou habitando aquele espaço entre ideia e materialização; um lugar que tanto pode ser delicioso de estar (quando nos sentimos inspiradas) ou tragicamente incômodo (quando não sabemos por onde começar).
O lugar de onde essa guiança floresce é do segundo tipo.
Respiro fundo ao observar o pouso macio dessa frase adentrando meu mundo sem causar atrito ou turbulências se fincando no solo fértil onde algumas certezas cresceram a ponto de se tornarem árvores frutíferas carrregadas; como se o seu destino sempre tivesse sido o de morar ali — aqui, no meu peito.
Respiro ainda mais profundo e deixo o Corpo amaciar de encontro a sensação boa de ser agraciada com essa sincronicidade e de, ainda que incomodada e irritada, conseguir perceber quando a Vida se ocupa de colocar uma confirmação necessária na encruzilhada na qual eu momentaneamente me encontro.
Continue cavando, o buraco é mais embaixo.
Não sei se escuto esse sussurro ou se só me imagino escutar, mas por via das dúvidas me agarro à faísca de luz que aparece no escuro da falta de palavras e, ainda sem saber por onde começar, começo.
Pela falta.
Pelas falhas.
Pelas nuances da minha imperfeição.
Pela irritação.
Pela sensação de insuficiência.
Pelo branco da página.
Pelo Corpo.
Abro os olhos e com as duas mãos tiro do fundo do buraco que estive escavando uma dessas certezas-árvores-frutíferas que para a minha surpresa hoje está adornada por um ponto de interrogação, disfarçada de indagação.
Será que se, munidas da coragem de nos mostrar vulneráveis, escrevêssemos sobre nós revelando nuances da nossa tão humana imperfeição, atrairíamos para perto quem por perto escolheria estar e a longo prazo ficar?
Outra vez respiro fundo e ainda com o Corpo amolecido e agarrada à faísca de luz, removo a interrogação e o “será que se” desnecessários que servem de adorno para essa certeza.
Afinal, por experiência própria, sei ser essa uma bela de uma verdade.
Munidas da coragem de nos mostrarmos vulneráveis, ao escrevermos sobre nós revelando nuances da nossa tão humana imperfeição atraímos para perto quem no perto escolhe estar e a longo prazo ficar.
Não há dúvida, quando revelamos por meio da nossa arte aquilo em nós que rejeitamos, escondemos e neglicenciamos, ao invés de assustarmos e empurrarmos para longe aquilo que no marketing é entitulado de “público ideal” o que acontece é o exato oposto, trazemos para perto as pessoas reais que formam essa massa imaginária e à elas nos conectamos na profundidade.
São as nuances da nossa imperfeição e aquilo que rotulamos de falhas que fazem cada uma das pessoas de carne-osso-e-coração que estão detrás de cada tela, repetidamente, ciclo após ciclo, bálsamo após bálsamo, leitura após leitura, seguirem buscando a força da medicina que intuitivamente catalisamos.
Não há dúvidas.
Se você está migrando a sua escrita pro Substack como uma alternativa para diminuir a criação de conteúdo em outras redes menos amigas da sua saúde mental, ou está desengavetando o sonho de ter um blog ou um lugar para tirar do peito os pesos e as levezas do seu momento e transforma-los em arte e conteúdo sem se preocupar com limites de caracteres, eu imagino que o que você busca aqui no Substack seja, através da sua escrita singular, se conectar com pessoas reais que se identificam com a mulher que você está; pessoas que não só mergulharão nas palavras que você pinga no papel-virtual mas que poderão vir a se tornar leitores pagantes da sua publicação.
Tô certa?
E ainda que seja delicioso ver números crescendo e receber notificações de que um novo alguém se inscreveu no nosso cafofo, eu imagino que se você já viveu e já sofreu a dinâmica das redes sociais e já se exauriu no vazio de trabalhar para um algoritmo em busca de viralização e validação você já tenha, por experiência própria, aprendido que correr atrás de grandes números, que por maiores que sejam nunca são o suficiente, nos leva a um único lugar — a desvitalização da Alma.
E exatamente porque no Substack grandes números não são premissa para o desabrochar de uma publicação de sucesso (já que esse é um lugar de conexões individuais e diretas) e porque uma vez que alguém deposita seu e-mail nas suas mãos você passa a ter o “endereço” daquela pessoa sem depender das variações de um algoritmo para ter a sua medicina entregue, é de grande importância que você atraia as pessoas certas, aqueles que abrirão seus e-mails e te lerão até o ponto final.
São essas conexões silenciosas que se formam a princípio no vácuo da não-interação, enquanto nada parece acontecer, que ao longo de semanas, meses e anos se mostram verdadeiras e duradouras.
Mas para que essa magia aconteça é essencial que você prepare alguns cantinhos específicos da sua publicação para receber as pessoas certas que por ventura por lá passarem ou pousarem.
E um desses cantinhos é a Página Sobre, um espaço inteiramente dedicado a você e ao que você deseja que o mundo saiba sobre você.
Um espaço que nem todo mundo se preocupa em criar com esmero e que frequentemente revela meras listas de títulos, qualificações e de coisas que sabemos e desejamos que o mundo também saiba — não sobre nós, sobre o que sabemos.
Porque equivocadamente ainda acreditamos que são os assuntos que dominamos e aquilo que nos faz diferentes e únicas que nos conecta com quem nos lê.
Só que não.
A fórmula da expert-sabe-tudo embrulhada no manto da autenticidade-perfeita vem se mostrando cada vez mais ineficaz, simplesmente porque estamos coletivamente exaustos da busca e da venda da perfeição e do pedestal, famintos e literalmente desesperados por ouvir, ler, saber mais sobre e nos deixar tocar e inspirar por pessoas reais, humanamente imperfeitas, corajosas o suficiente para se revelarem falhas, sem filtros, sem máscaras e sem armaduras ou mantos protetores.
Estamos mais do que nunca famintos por proximidade, por conexão e pela confirmação de que muito antes de sermos individuais e singulares somos iguais, todos feitos de carne osso coração alma falhas medos e inquietações.
E é exatamente aqui que a guiança prática desse bálsamo começa, porque ainda que existam milhares de templates à serem seguidos quando o assunto é escrever uma página sobre você (seja no Substack, em um site ou em uma página de vendas) só existe um tipo de bio que vale a pena ser lida até o final.
E é essa página que juntas iremos criar.
Arregaça as mangas e vem comigo viver essa que é a primeira experiência de escrita-corpórea pela qual eu vou te guiar.